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MAI 21
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Com expectativa unânime de alta de 0,75 ponto da taxa Selic hoje, gestores de fundos multimercados mantêm apostas na valorização da Bolsa

Pesquisa com 36 gestores de estratégia multimercado macro revela que não há posições a favor da queda das ações

SÃO PAULO – O mercado financeiro não está preparado para surpresas na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central desta quarta-feira (5), dada a unanimidade das apostas de nova elevação de 0,75 ponto percentual da taxa Selic hoje, de 2,75% para 3,50% ao ano.

É o que mostra levantamento feito pela equipe de fundos da XP com 36 gestores de estratégia multimercado macro da plataforma ao longo de sexta-feira (30) e segunda-feira (3).

No último encontro, em março, a decisão do Copom de aumentar os juros básicos em 0,75 ponto surpreendeu a maior parcela dos gestores, que projetavam uma alta de 0,50 ponto da Selic.

Desde então, a projeção mediana dos consultados para a taxa Selic ao fim de 2021 aumentou em maio, de 5,00% para 5,50%, com previsões que oscilam de 4,50% a 6,50%.

Houve ainda um leve ajuste para cima nas expectativas dos gestores relacionadas ao desempenho da atividade econômica brasileira, com a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) aumentando de 3,20% para 3,28% neste ano.

Já na parte inflacionária, houve piora nas estimativas medianas, com a projeção para a inflação medida pelo índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 elevada de 4,87%, em março, para 5,10%, em maio.

Por fim, com relação ao câmbio, mesmo com a queda do dólar em abril, os gestores não fizeram alterações significativas em suas projeções, com a expectativa de que a moeda americana encerre este ano cotada a R$ 5,40, em linha com os R$ 5,38 do levantamento anterior.

Alocação em Bolsa, câmbio e jurosA pesquisa deste mês ainda revelou que uma maior fatia dos gestores segue comprada (com aposta na valorização) na bolsa brasileira e que não há posições a favor da queda das ações.

Já na renda fixa, a maioria dos gestores segue ou sem apostas em juros prefixados ou nominais ou com posições não direcionais nesse mercado. “Não há consenso em relação à visão direcional de juros, e há gestores apostando tanto na alta dos juros futuros (23% dos gestores) quanto na baixa dos juros futuros (20% dos gestores)”, indica a XP, em relatório.

Por fim, no mercado de câmbio, a XP indica que a dispersão do posicionamento continua elevada, com presença de gestores tanto na ponta comprada quanto na ponta vendida. A maioria apresenta apostas pequenas a médias na queda do dólar contra o real.

As seguintes gestoras foram consultadas para o levantamento: Absolute, Ace Capital, ARX, Asa Investments, Asset 1, AZ Quest, Bahia Asset, Blue Line, BTG Pactual, Canvas, Claritas, Gap Asset, Garde, Gauss Capital, Genoa Capital, Grimper Capital, Ibiúna, JGP, Kairós, Kinea, Legacy, Macro Capital, Mauá Capital, MZK, Novus, Occam, Opportunity, Pacífico, Panamby, Perservera, SulAmérica, Truxt, Ventor, Vinci Partners, Vinland e XP Asset.


Reprodução da matéria publicada no “InfoMoney”, 05/05/2021.